SETRANS

          Imaginar o modelo de vida atual sem os benefícios que as tecnologias têm nos proporcionado é um tanto complicado. Sou prova viva dessa dependência virtual, cibernética, digital. Quando a proposta da confecção do diário de bordo foi lançada, a primeira ideia que veio à minha mente foi justamente a de criar um blog, com ferramentas que fossem práticas e ao mesmo tempo inovadoras. Para tanto, seria necessário usar nada mais nada menos que a internet, o virtual, a máquina.  

           É claro que todos esses aparatos tecnológicos contemporâneos são excelentes por conta de todas as facilidades e flexibilidades que eles nos proporcionam. Em contrapartida, essa adoção exacerbada e quase que unanime do virtual no dia a dia, traz atrelada a si o seguinte questionamento: continuaremos humanos face a tanta modernização?

      Rememorando as falas do professor Edgar Borran, proferidas em um delicioso bate-papo no SETRANS, pude concluir o quanto temos nos tornado dependentes de toda essa modernidade. Já não somos corpos meramente orgânicos. Somos ultra-orgânicos. Somos descendentes do cibernético, da tecnologia, somos "maquinas com funções orgânicas". As relações sociais têm cada vez mais se reduzido às redes, que por vezes são adventos da tecnologia. Os encontros demorados para o velho bate-papo com os amigos têm se tornado cada vez menos dinâmico,  tem se limitado ao envio de mensagens instantâneas por pedaços de fibra ótica e figurinhas humanas pixelizadas. 

O grande desafio do momento, é saber viver harmonicamente com as modernizações, é saber utilizá-las sem que as mesmas corrompam o nosso modo de vida, sem que elas extraiam de nós a essência do humanismo. Que as tecnologias disponíveis sirvam para nos ajudar a melhorar o ambiente em que vivemos, que sejam veículos de investigação cultural, que nos ajudem a viver em consonância e equilíbrio e não para que sejamos dependentes dela a ponto de nos privarmos das relações interpessoais, do contato, das trocas reais de experiências.